"Para o povo não há argumento probante, técnico, convincente, contra o paladar..."Camara Cascudo
1, 2, 3... Testando!
Pois é, voltando a vida de blogueira depois de quase 4 anos!
Minha vida passada no universo blogueiro é esta aqui: www.chimbiquinha.blogspot.com, foi ali que durante tempo da minha vida, morando em São Paulo e atuando profissionalmente com arte e educação que comecei a matutar sobre a minha vida de cozinheira de forma mais intensa. Desde criança, sempre gostei de cozinhar, observava concentrada minha vó paterna na cozinha, curiosa que era perguntava, assuntava e principalmente saboreava tudo. De minha outra vó que sempre declarou não gostar de cozinhar, mas o fazia com maestria e alcançou, com o exercício de repetição a supremacia fazendo o mesmo almoço de domingo por anos e anos o seguinte cardápio: arroz, feijão, macarrão (fique sabendo que para os mineiros macarrão é acompanhamento!), frango afogadinho que na verdade é um frango refogado com um caldo acebolado e delicioso, até meus 10 anos de idade era galinha caipira do quintal, mas com o tempo - em nome da tal da praticidade, foi perdendo território para o frango de granja, e por fim uma salada de alface, tomate e cebola regados com um tempero azedinho e delicioso. Só de pensar fico com água na boca! Essas duas mulheres além é claro, da minha mãe que ia pra cozinha todos os dias com prazer mesmo cansada na época em que trabalhava fora, foram minhas grandes referências na cozinha.
Chaminé da Chimbica |
Vista da entrada do Rancho |
Entardecer - vista do rancho |
Mas voltando, de 4 anos atrás aos dias de hoje, muita coisa aconteceu e hoje moro em Monteiro Lobato, interior de São Paulo, numa chácara que foi durante 23 anos um camping. Viemos pra cá no dia 28 de dezembro e desde então, estamos (quase!) totalmente voltados ao universo da roça, do campo, das galinhas no quintal, do fogão à lenha, da terra batida, do carro atolado, das noites enluaradas e céus cheios de estrelas. É aqui que eu, hoje assumidamente uma cozinheira, vivo.
Com o desejo de compartilhar e repartir as receitas que faço.
Aos que derem uma passadinha no meu blog antigo, poderão perceber que as últimas postagens foram sobre os modos de comer e cozinhar de alguns homens e mulheres do Vale do Paraíba. Na época, meu olhar estava começando a se voltar para estudos que tinham como linha de condução, a relação entre a comida e a cultura, e então quando vinha passar alguns dias na casa de minha mãe, comecei a investigar e conhecer alguns cozinheiros tradicionais e a trocar com eles receitas, impressões e principalmente histórias de vida que tiveram como companheiros o tacho de doce, o bolo assado no braseiro do fogão à lenha logo depois do almoço, a receita da moqueca caipira que é totalmente diferente das moquecas que conhecemos da bahia e a capixaba, o bolinho caipira e as suas versões antigas e modernas e tantas outras narrativas em torno da cozinha, do fogão e da mesa.
Com o desejo de compartilhar e repartir as receitas que faço.
Rancho da Chimbica - salão |
primeiros ensaios da horta |
piscina redonda para as crianças - água natural! |
Neste período minha vida teve uma virada. Saí de São Paulo pra morar novamente na minha cidade natal, casei, descasei, trabalhei com crianças, virei fotógrafa, fiz curso de gastronomia, voltei a morar com minha mãe pra depois fugir de casa com meu novo amor e passar um ano procurando essa vida mais simples, mais tranquila, mais divertida e poder viver cozinhando para todas as pessoas que estejam dispostas a passar por este cantinho da serra da mantiqueira pra um dia ou noite de prosa com a mesa posta. Ufa!!
Foram anos de estudo e um pouco de aventuras, o blog ficou de lado porque naquele momento o que mais me interessava era a experiencia da aprendizagem. Agora que eu e meu companheiro estamos dando uma "assentada" na vida, me volto novamente para a escrita, para os estudos e as vivências na cozinha, para o teste das receitas, às conversas com outros cozinheiros e cozinheiras, plantadores, horteiros e gente que esteja a fim de compartilhar histórias e possibilidades de uma vida mais simples (nem por isso menos complexa!) em que a experiência e o afeto sejam mais importantes que o consumo e o dinheiro.
Quero aqui compartilhar minhas impressões sobre o ato de cozinhar, de comer, de compartilhar a comida, de servir os comensais, de plantar e colher a comida, de entender o que comemos, de saborear os alimentos e investigar os hábitos à mesa e a relação da comida e a cultura. Não quero que este seja um espaço de certezas e sim de possibilidades, quero trocar e refletir em voz alta por meio deste espaço algumas inquietações e descobertas do universo da culinária e gastronomia, uma vez que ela, como disse Camara Cascudo no prefácio do livro "A História da Alimentação no Brasil" é a tradição ( e porque não a tradução?) mais fiel de uma sociedade.
Evoé!
Foram anos de estudo e um pouco de aventuras, o blog ficou de lado porque naquele momento o que mais me interessava era a experiencia da aprendizagem. Agora que eu e meu companheiro estamos dando uma "assentada" na vida, me volto novamente para a escrita, para os estudos e as vivências na cozinha, para o teste das receitas, às conversas com outros cozinheiros e cozinheiras, plantadores, horteiros e gente que esteja a fim de compartilhar histórias e possibilidades de uma vida mais simples (nem por isso menos complexa!) em que a experiência e o afeto sejam mais importantes que o consumo e o dinheiro.
Quero aqui compartilhar minhas impressões sobre o ato de cozinhar, de comer, de compartilhar a comida, de servir os comensais, de plantar e colher a comida, de entender o que comemos, de saborear os alimentos e investigar os hábitos à mesa e a relação da comida e a cultura. Não quero que este seja um espaço de certezas e sim de possibilidades, quero trocar e refletir em voz alta por meio deste espaço algumas inquietações e descobertas do universo da culinária e gastronomia, uma vez que ela, como disse Camara Cascudo no prefácio do livro "A História da Alimentação no Brasil" é a tradição ( e porque não a tradução?) mais fiel de uma sociedade.
Evoé!